Só de imaginar dá vertigem, aliás, foi uma proeza inimaginável, mas aconteceu. E mais: o caso segue aberto no FBI. Era um voo rotineiro nos céus dos EUA, de 30 minutos, entre Portland e Seattle, o ano era 1971. Durante o trajeto um passageiro levantou-se de sua poltrona foi até a comissária de bordo Florence Shaffner e passou discretamente um bilhete para ela.
“Tenho uma bomba”
No bilhete o estranho e bem vestido homem solicitava para que Florence sentasse ao seu lado e que possuía uma bomba em sua maleta. Depois de mostrar para a assustada aeromoça que não estava mentindo, solicitou U$ 200.000,00 – uma boa grana para a época,1971 – quatro paraquedas (principais e reservas) e um caminhão de combustível esperando em Seattle. Florence então passou as instruções para a cabine de comando. O piloto, Willian Scott, informou a torre de controle de Seattle, que imediatamente comunicou as autoridades. Em seguida Scott avisou aos outros 36 passageiros que a chegada ao destino sofreria atraso causado por um “probleminha mecânico”. A empresa aérea – Northwest – então autorizou o pagamento.
D.B. Cooper
Florence depois descreveu o sequestrador como, calmo, educado e bem letrado, em nada lembrando os sequestradores da época que anunciavam sequestros através de gritarias ameaçadoras. O homem comprou a passagem usando o nome de Dan Cooper, que depois virou D.B. Cooper devido a um erro de jornal. Cooper teve suas exigências atendidas através das escadas traseiras da aeronave, daí liberou os passageiros inclusive Florence.
A ousadia
Às 19h40min, aproximadamente, o 727 decolou com Cooper e apenas o pessoal da cabine de comando. Dois caças decolaram também para acompanhar a aeronave fora da visão do sequestrador. O homem então ordenou que todos ficassem na cabine e às 20h o mecanismo da escada traseira foi acionado, em seguida um pequeno solavanco e nunca mais se soube de “Dan Cooper”. O cara simplesmente saltou com a grana e desapareceu.
A lenda Cooper
Nunca mais se soube sequestrador voador. A área em que teria pousado de paraquedas foi exaustivamente revirada e nada. Daí sendo descartada a hipótese de que Cooper tenha morrido na queda. O dinheiro nunca foi encontrado, mas várias pessoas depois disso diziam ter encontrado parte da grana nos lugares mais variados, mas nada comprovado. Interessante também notar um fenômeno que surgiu há pouco tempo. Homens velhos no leito de morte confessam sem cerimônia: “tenho que confessar, meus filhos e netos, passei uma vida escondendo isso… eu sou D.B. Cooper.” Virou uma espécie de moda bizarra. Mas na verdade muitas foram as especulações sobre a identidade de um dos ladrões mais ousados da História. Alguns candidatos investigados realmente até poderiam ser, mas a esta altura do campeonato só mesmo se o sujeito admitir e provar que é esta “lenda”. Se é que está vivo. Do contrário, é mais uma dessas proezas em que o protagonista, esperto, se escondeu no anonimato, na sombra da própria lenda, e deu certo.